7 Setembro - Camilo Pessanha
Hoje em Coimbra em 1867 nascia o poeta Camilo de Almeida Pessanha. É considerado o expoente máximo do simbolismo em língua portuguesa, além de antecipador do princípio modernista da fragmentação. Os seus versos evocam paisagens em ruínas, a passagem do tempo, onde presente e futuro de decadência e aniquilação se contrapõem ao paraíso perdido da infância e ao esplendor de Portugal de outros tempos. O tema do exílio e da nostalgia encontra expressão na saudade de viajar, como metáfora. Este núcleo temático exprime-se em versos particularmente apurados, do ponto de vista da escolha dos fonemas e das opções métricas e retóricas.
Queda
O meu coração desce,
Um balão apagado.
Melhor fora que ardesse
Nas trevas incendiado.
Na bruma fastidienta...
Como á cova um caixão.
Porque antes não rebenta
Rubro, numa explosão?
Que apego inda o sustem?
Atono, miserando.
Que o esmagasse o trem
De um comboio arquejando.
O inane, vil despojo.
Ó alma egoísta e fraca...
Trouxesse-o o mar de rojo.
Levasse-o na ressaca.
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